Rompimento de barragem em Ponte Alta do Bom Jesus interrompe abastecimento de água

Seis casas que utilizavam água diretamente do Rio Ribeirão Bonito foram impactadas pelo rompimento da barragem de uma pequena central hidrelétrica em Ponte Alta do Bom Jesus, no sudeste do Tocantins. O acidente, que ocorreu na sexta-feira (19), levou à retirada preventiva de moradores e interrompeu o abastecimento de água para famílias ribeirinhas.

O Corpo de Bombeiros informou em boletim divulgado na noite deste sábado (20) que as seis residências afetadas ficam entre o local do rompimento e a rodovia TO-110. Outras quatro casas, habitadas por cinco pessoas, foram mapeadas entre a rodovia e a foz do rio, mas não foram atingidas diretamente pelas águas.

A barragem rompeu parcialmente durante a fase final de construção da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Surreal, de propriedade do Grupo ZX Energia. A estrutura ainda não havia iniciado operações. O incidente causou a elevação do volume de água do Rio Ribeirão Bonito, que passa pela zona rural da região das Serras Gerais.

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O prefeito de Ponte Alta do Bom Jesus, José Luciano Azevedo (Republicanos), informou que a primeira ação foi a desocupação preventiva de moradores ribeirinhos, pequenos produtores rurais, turistas e visitantes, que foram levados para partes mais altas da região, junto com seus animais. Não há registro de pessoas feridas.

Segundo a Defesa Civil, a principal demanda dos moradores tem sido o fornecimento de água potável. Amostras da água do rio foram colhidas no sábado para análise e verificação da possibilidade de retomada do uso pelos ribeirinhos.

A empresa responsável pela obra, Grupo ZX Energia, informou em nota que o acidente envolveu o “rompimento parcial de estrutura do vertedouro em implantação” e que não houve vítimas. A empresa afirmou que equipes técnicas estão no local para avaliar a área e registrar necessidades da população, e que contratou um caminhão-pipa para reforçar o abastecimento, além de distribuir água mineral aos moradores.

A Polícia Civil do Tocantins já havia instaurado inquérito na sexta-feira para apurar as causas do rompimento, investigando possíveis crimes ambientais e situações de risco à coletividade. O impacto ambiental foi classificado como “devastador” por autoridades, com plantios de pequenos produtores rurais na beira do rio tendo sido alagados.