Professores da rede municipal de Praia Norte, no Bico do Papagaio, afirmam estar sendo vítimas de perseguição política por parte da administração da prefeita Bruna do Ho Che Min (PSD). De acordo com relatos e documentos enviados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), cerca de 50 profissionais estariam sofrendo retaliações por não terem apoiado a atual gestão nas eleições municipais de 2024.
Uma das principais reclamações da categoria é a falta de pagamento do 13º salário referente a 2024, além de débitos acumulados dos anos de 2022 e 2023. Os professores também denunciam que o piso salarial não é reajustado desde 2022, descumprindo a legislação vigente.
“O sentimento é de revolta. Muitos profissionais não recebem o 13º salário desde 2022. Entramos na Justiça com diversos processos relacionados ao piso salarial e tentamos dialogar com a gestão anterior, mas sem sucesso. Agora, com a prefeita Bruna, que é sobrinha do ex-prefeito, a situação se repete e não conseguimos sequer uma conversa. Diante disso, buscamos a intermediação do Ministério Público e marcamos uma audiência com um promotor para o dia 21 de março, reunindo todas as partes envolvidas”, afirmou Jules Rimet, presidente regional do Sintet em Augustinópolis.
Atualmente, o vencimento dos professores municipais é de R$ 3.459,32, valor inferior ao piso nacional estabelecido para 2025, que é de R$ 4.867,77, resultando em uma defasagem mensal de R$ 1.408,45 para cada docente.
A insatisfação da categoria aumentou no início do ano letivo, quando alguns professores foram remanejados para outras escolas sob a justificativa de redução no número de alunos. No entanto, os profissionais alegam que a medida teve motivação política, pois os transferidos seriam, em sua maioria, aqueles que não apoiaram a atual gestão.
Entre os casos relatados, há professores com graves problemas de saúde que foram removidos sem critérios claros. Além disso, dois docentes afastados por motivos médicos há mais de dois anos estão sendo tratados de forma desigual pela Secretaria de Educação, o que levanta questionamentos sobre a imparcialidade da administração municipal.
Sintet aciona a Justiça
O Sintet, por meio de sua regional em Augustinópolis, busca negociar com a prefeitura para garantir o pagamento dos direitos atrasados. Algumas reivindicações já foram judicializadas, mas a demora na resolução dos problemas tem gerado desmotivação entre os profissionais.
A categoria segue mobilizada e aguarda um posicionamento oficial da administração municipal. Até o momento, a Prefeitura de Praia Norte não se pronunciou sobre as denúncias.
Nota da Redação
O Jornal Primeira Página solicitou um posicionamento da gestão de Praia Norte sobre o assunto. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.