Chuvas irregulares e o aumento de temperaturas caracterizaram o ano de 2023 e o início de 2024 para os produtores rurais do Tocantins, devido, principalmente ao El Niño. O fenômeno climático já está perdendo força, mas impactou o desenvolvimento da safra de soja desde o plantio e agora a colheita e, em consequência, a comercialização do grão. No Estado, os cooperados da Frísia Cooperativa Agroindustrial já colheram entre 10 e 15% das áreas plantadas.
O fato de fazer parte de uma cooperativa faz com que o produtor rural consiga minimizar os prejuízos nestas situações, como explica o gerente executivo da Frísia no Tocantins, Marcelo Cavazotti.
“Conseguimos proporcionar uma rede de apoio que ajuda a minimizar os impactos das adversidades climáticas e das flutuações de mercado. Dentro delas, os cooperados podem compartilhar recursos como equipamentos, tecnologias e informações, além de obter uma melhor capacidade de negociação e acesso a mercados”, destaca.
A preocupação agora é com o preparo para a segunda safra, com o plantio de milho, sorgo e gergelim e as mudanças climáticas que podem concretizar a formação de La Niña no segundo semestre deste ano. Como explica o pesquisador agroclimatológico da Fundação ABC, Rodrigo Tsukahara.
“A segunda safra ainda sofrerá com este cenário de El Niño, porém com menores perdas quando comparada à safra principal”, diz.
O profissional destaca ainda que entre os meses de fevereiro a julho de 2024, os modelos de previsão climática indicam um resfriamento do Pacífico Equatorial e aquecimento do oceano Atlântico.
“Se esta tendência permanecer nos meses seguintes, a região de atuação da Frísia no Tocantins vivenciará um início da próxima safra dentro da normalidade em termos de chuva principalmente, sob influência da neutralidade ou La Niña”, avalia Rodrigo.