Polícia prende Ariovaldo Moreno, braço direito de chefe do PCC em Gurupi durante a Operação Coríntios 15:33

Com apoio da população e levantamentos da equipe de inteligência da 8ª Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Gurupi), a Polícia Civil prendeu, na tarde desta sexta-feira, 25, Ariovaldo Moreno Neto, de 35 anos. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e participação em organização criminosa.

Conhecido como “Netinho Moreno”, Ariovaldo atuava em Gurupi ao lado de Danilo Lucas, o “Gustavo Lima”, apontado como principal liderança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na cidade. Danilo foi preso em dezembro de 2023 e era o principal alvo da Operação Coríntios 15:33, que, desde 2022, apura um amplo esquema de tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro em Gurupi e outras cidades do Tocantins.

De acordo com as investigações às quais o Jornal Primeira Página teve acesso, Danilo chegou a controlar cerca de 80% do tráfico de drogas em Gurupi. Além de manter ligação com grandes fornecedores de entorpecentes em outros estados, ele também repassava drogas para traficantes de outras cidades do Tocantins.

O Jornal Primeira Página apurou ainda que Danilo operava uma ampla rede de informações privilegiadas, com dados sobre viaturas, características de veículos descaracterizados e movimentações de policiais que estavam em seu encalço — fator que dificultou sua captura por meses.

Ameaças contra a imprensa

Em 13 de dezembro de 2023, poucos dias antes de ser preso no Pará, a Polícia Civil identificou mensagens trocadas entre Danilo Lucas e Ariovaldo Moreno, nas quais os dois planejavam atentados contra a vida de um repórter policial de Gurupi, responsável pelo perfil “Ronda Policial” em uma rede social. A página havia divulgado um card de “procurado” com a foto de Danilo, emitido pela Polícia Civil do Tocantins.

Danilo Lucas está preso desde dezembro de 2023, apontado como chefe do tráfico em Gurupi

Ariovaldo estava escondido em Palmas

O delegado-chefe da 8ª DEIC, Rafael Falcão, destaca que a prisão é um desdobramento da Operação 1ª Coríntios 15:33, deflagrada em 2024, em decorrência de investigações iniciadas no ano de 2022. Ariovaldo era alvo na segunda fase da operação, realizada em janeiro deste ano, mas não foi encontrado, considerado foragido desde então.

De acordo com o delegado Rafael Falcão, “a equipe da 8ª DEIC empreendeu todos os esforços no sentido de encontrar o investigado, tanto que há nove dias optamos por divulgar a imagem dele e o telefone para que a população pudesse nos auxiliar com informações sobre seu paradeiro. Após a colaboração da população, os policiais conseguiram identificar que ele estava escondido, há alguns dias em uma casa na região central de Palmas (Arso 41 – 403 Sul), de propriedade de uma amiga de sua mãe. Fizemos levantamentos de inteligência e a equipe da 8ª DEIC encontrou o foragido no referido endereço”.

Ao ser capturado, ele foi conduzido para a 1ª Central de Atendimento da Polícia Civil, em Palmas, onde será dado cumprimento ao mandado de prisão preventiva em seu desfavor. Após os procedimentos legais cabíveis, ele será encaminhado para a Unidade Penal de Palmas.

Entenda o caso
Ariovaldo pertence a uma organização criminosa que vem sendo investigada pela Polícia Civil do Tocantins desde o ano de 2022. Um dos alvos da investigação, Danilo Lucas, foi localizado e preso em Salinópolis (PA), no dia 31 de dezembro de 2023, por crime de homicídio cometido em maio de 2022, na cidade de Gurupi.

Com o desdobramento da investigação, a DEIC – Gurupi deflagrou a Operação 1ª Coríntios 15:33. O objetivo da primeira fase, realizada em 3 de julho de 2024, era dar cumprimento a 37 mandados de busca e apreensão, 13 mandados de prisão preventiva, bem como mandado de interdição de estabelecimento comercial e de bloqueio de contas bancárias.

Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em endereços de investigados no Tocantins (Gurupi, Palmas, Figueirópolis e Peixe), em Goiás (Goiânia, Anápolis e Água Lindas), em Santa Catarina (Camboriú), no Pará (Belém) e no Maranhão (Imperatriz). Ao todo, foram cumpridos dez mandados de prisão preventiva, seis pessoas foram presas em flagrante e mais oito pessoas presas em decorrência de outros mandados.

Além disso, foram apreendidos documentos, drogas, armas, inclusive de calibre restrito, veículos e demais objetos de interesse para a investigação, bem como um espaço de eventos, supostamente utilizado para a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico, foi embargado.

Já na segunda fase, deflagrada no dia 21 de janeiro, as equipes policiais cumpriram oito mandados de busca e apreensão e de prisão contra suspeitos de tráfico de drogas e envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro envolvendo familiares de criminosos já presos. Isto porque, mesmo após a 1ª fase, alguns dos suspeitos, principalmente mulheres, realizaram muitas movimentações por meio de depósitos, saques, transferências fracionadas e contas de passagem. O que para a autoridade policial teria o objetivo dificultar o rastreamento do dinheiro.

Informações: Secretaria de Segurança Pública do Tocantins