A Polícia Federal deu cumprimento, na manhã desta quinta-feira, 21/3, na cidade de Ponta Porã/MS, a dois mandados de prisão preventiva expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária no Tocantins e pela 4ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida do Tribunal de Justiça de Goiás contra o principal membro do grupo criminoso, João Soares da Rocha, um conhecido empresário com investimentos em fazendas, aeronaves e postos de combustíveis, foi preso sob a acusação de liderar um esquema de distribuição de cocaína para vários continentes, inclusive com operações de transporte que envolviam países produtores e destinatários majoritários da droga. Ele foi investigado pelas Operações Flak I e Flak II, ambas, desenvolvidas pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Tocantins.
O criminoso responde pelos crimes de homicídio, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro e estava foragido da Justiça brasileira desde o ano de 2020.
A ação policial foi executada com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Goiás – FICCO/GO, da Delegacia da Polícia Federal de Ponta Porã, da Adidância da Polícia Federal no Paraguai, da Polícia Nacional do Paraguai – PNP e da Secretaria Nacional Antidroga do Paraguai – SENAD.
Durante a abordagem policial, nesta manhã, em Ponta Porã/MS, o empresário apresentou aos policiais uma identidade falsa, que vinha sendo utilizada para dificultar a sua localização pelos sistemas de Segurança Pública e Justiça Criminal, complicando ainda mais sua situação perante as autoridades.
Sendo assim, o indivíduo recebeu voz de prisão e foi conduzido à Polícia Federal em Ponta Porã/MS, onde foi instaurado inquérito policial mediante auto de prisão em flagrante, com indiciamento pelo crime de uso de documento falso.
Após os procedimentos legais, o indiciado será encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário.
Sobre o impacto da Operação Flak na luta contra o tráfico de drogas
A captura de João Soares não representa apenas um revés para suas operações pessoais, mas também um avanço significativo na interrupção de uma das principais rotas de tráfico internacional de cocaína identificadas pelas autoridades brasileiras. A chamada Operação Flak, deflagrada em fevereiro de 2019, desembocou na apreensão de 47 aeronaves e na prisão de 28 indivíduos ligados ao grupo de Soares, demonstrando a extensa rede de colaboração que sustentava o esquema.
A rota de tráfico delineada pelo grupo liderado por Soares abarcava uma complexa estrutura logística. Países produtores de cocaína, como Colômbia e Bolívia, figuravam como pontos de partida da cadeia. A rota se estendia por nações intermediárias – incluindo Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala – até culminar em países destinatários chave, como o próprio Brasil, Estados Unidos e diversos membros da União Europeia.
Além de sua capacidade logística, o esquema contava com a audácia de suas operações, chegando a movimentar até nove toneladas de cocaína, conforme constatado pela Operação Flak. A atuação de Soares e seu grupo ilustra a complexidade e a dimensão dos desafios enfrentados pelas autoridades no combate ao tráfico internacional de drogas.