Vivemos em um mundo marcado pela agitação, por incertezas e desafios constantes. Diante desse cenário tumultuado, surge a indagação: Deus ainda encontra espaço na vida das pessoas? Em meio à correria diária, às preocupações financeiras, a notícias avassaladoras e à constante busca por sucesso, a espiritualidade, muitas vezes, parece deixada em segundo plano.
É nesse contexto turbulento que a reflexão sobre a presença de Deus ganha relevância. Timothy Radcliffe, em sua obra provocativa “A arte de viver em Deus”, levanta a questão crucial: como podemos encontrar e manter espaço para Deus em meio ao caos da vida moderna?
Uma vida de doação – Um dos pontos importantes do livro “A arte de viver em Deus” é mostrar que ser cristão implica doar-se e cuidar do próximo. “Ser discípulo incluía, em primeiro lugar, cuidar dos enfermos. Como poderemos pregar a oferta da vida divina de Deus, se não nos preocuparmos com a vida comum?”, questiona Radcliffe em sua obra. Segundo ele, os hospitais são uma invenção cristã, “erigidos por São Sansão, em Constantinopla, e por São Basílio, bispo de Cesareia”.
As dificuldades da fé – Para nos aproximarmos de Deus, nossa vida deve ser simples em sua essência, devemos renascer para uma nova vida. Em seu livro, Radcliffe diz que, “ao aproximar-nos de Deus na fé, na esperança e no amor, tornamo-nos cada vez mais simples; mas esse é um renascer longo e difícil”, com “a eliminação dos labirintos tortuosos de nosso coração e de nossa mente, à medida que, lentamente, amadurecemos numa claridade radiante e nos tornamos indivíduos coerentes, em vez de pessoas conflituosas com personalidades múltiplas”.
Uma visão vibrante e criativa – Radcliffe destaca a importância de encarar a vida com uma visão vibrante, aberta e criativa. Em um mundo que muitas vezes nos empurra para a superficialidade e para a correria, é crucial cultivar uma perspectiva que permita enxergar além das aparências e encontrar significado nas experiências cotidianas.
O caminho de Jesus – Recordando o caminho de Jesus com os discípulos até Jerusalém, o autor convida a refazer esse trajeto também no cotidiano. A trajetória de Jesus oferece lições de cura, perdão sem medida, e a compreensão do que significa viver em Deus, mesmo diante da inevitabilidade da morte.
Em última análise, Radcliffe nos desafia a reabrir o mundo à transcendência e ao sentido último da aventura de sermos filhos e filhas de Deus. Em um mundo muitas vezes carente de significado, essa busca pela conexão espiritual se torna essencial para enfrentar as tribulações da vida.
Assim, em um mundo atribulado, a reflexão sobre a presença de Deus e sobre os caminhos para viver em Deus não apenas oferece conforto, mas também aponta para uma fonte duradoura de esperança, significado e plenitude em meio à complexidade da existência humana.
Analisando tudo isso, continuamos questionando: Deus ainda tem espaço na sua vida?