Palmas será uma das cidades brasileiras a aderir, neste domingo (7), à mobilização nacional “Levante Mulheres Vivas”, ato que convoca mulheres e aliados a reagirem ao crescimento da violência de gênero no país. A manifestação, organizada de forma voluntária e apartidária por mulheres da Capital, será realizada às 17h, na Feira do Bosque.
A mobilização ocorre em um momento de alerta: o Tocantins está entre os estados com maior aumento proporcional de violência doméstica, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o que reforça a necessidade de ações coordenadas entre sociedade civil, poder público e entidades de defesa das mulheres.
Mobilização nacional e organização voluntária em Palmas
O movimento acontece simultaneamente em diversos estados do país. Em Palmas, ele reúne coletivos femininos, representantes de instituições jurídicas e organizações sociais que atuam na pauta da violência contra a mulher.
A porta-voz do movimento na Capital, Fernanda Halum, advogada e militante pelos direitos das mulheres, explicou em entrevista ao Jornal Primeira Página que o ato é resultado de uma articulação ampla.
“Esse é um movimento suprapartidário, é uma mobilização nacional que está ocorrendo em vários estados. Não tem patrocinadores, é um movimento voluntário organizado por mulheres e algumas instituições que estão à frente, como a OAB, a BMCJ, a Defensoria Pública também está participando e alguns coletivos de mulheres”, afirmou.
Ela reforça que o ato é um chamado coletivo diante do aumento da violência contra a mulher. “O movimento é um grito de socorro, um pedido de paz para que parem de matar mulheres”, disse Fernanda.
Feminicídios em alta e importância da denúncia
Segundo a porta-voz, a mobilização tem como objetivo romper o ciclo de naturalização da violência e fortalecer estratégias de prevenção. Ela lembra que o feminicídio é, quase sempre, precedido por agressões anteriores.
“Queremos pedir mais atenção das autoridades, mais campanhas de conscientização e tudo que possa prevenir o feminicídio. Também é importante conscientizar as mulheres sobre a denúncia, porque o feminicídio não ocorre do dia para a noite”, afirma Fernanda.
Coletivos e instituições envolvidos
A organização da mobilização contou com reunião online realizada na última sexta-feira (5), com a participação das seguintes entidades, além de novas adesões posteriores:
- OAB-TO
- ABMCJ-TO
- Defensoria Pública do Tocantins – NUDEM
- AMB
- Levante
- Coletivo 8 de Março
- Casa Pérolas Negras
- COMPIR – Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Palmas
- Movimento Estadual de Direitos Humanos e Ambientais do Tocantins
- Morhan-TO
Orientações às participantes
A organização orienta o público a comparecer usando roupas branca, lilás ou preta, cores que simbolizam paz, luta das mulheres e luto pelas vítimas. Também foram reforçadas as recomendações:
- Levar garrafa de água
- Organizar caronas solidárias
- Levar cartazes, faixas e balões
- Ponto de encontro: proximidades do antigo Paço Municipal
A expectativa é reunir pelo menos mil pessoas, número que pode ser superado devido à mobilização espontânea nas redes sociais.