Nunca se viu em operações anteriores da Polícia Federal no Tocantins tanto mistério em torno dos alvos, como na Operação Aliança, realizada nesta quinta-feira, 14.09. Mais do que segredo de justiça, algo (s) ou alguém (s) está por trás de tamanho mistério. E a curiosidade da população só aumenta, bem como a bolsa de apostas.
Assim, teço algumas considerações sobre esta operação da Polícia Federal que teve como alvo um grupo familiar incumbido de lavar dinheiro para pessoas e empresas, oriundo de crimes próprios do âmbito da administração pública, como corrupção, peculato e fraudes em licitações. E depois de lavar o dinheiro, enviava os recursos para o exterior.
É possível compreender que a família alvo da operação da Polícia Federal operava especialmente para pessoas e empresas com envolvimento junto ao Poder Executivo no Tocantins em suas esferas estadual e municipal.
Foi informado que os quase R$ 500 milhões movimentados pelos alvos tinham origem e conexão com operações anteriores da Polícia Federal no Tocantins, e como se sabe, estes escândalos anteriores envolveram chefes e membros do Executivo, em suas duas esferas. Mas é claro, que também não se deve descartar possível envolvimento desse grupo familiar criminoso com membros do Poder Legislativo e até do Judiciário.
Vale destacar que operações da PF praticamente ocorreram em todos os governos do Tocantins desde a instalação do estado. Os dois últimos governadores, Marcelo Miranda – que chegou a ser preso depois que foi cassado pela segunda vez e Mauro Carlesse, afastado do cargo, aparentemente, foram os campeões em corrupção.
Citei o Poder Executivo em duas esferas, a estadual e a municipal, porque nas maiores cidades do Tocantins, entre elas Palmas e Araguaína, que tem grandes orçamentos, também já foram realizadas operações da Polícia Federal. Em meio a tanto mistério, uma coisa é certa: o povo tocantinense está cansado de ver operações da Polícia Federal envolvendo o seu dinheiro, terem se tornado tão corriqueiras. É triste, é desanimador.