Em um mês tão especial, em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, não poderíamos deixar você, mulher, de fora do centro das nossas atenções aqui na Você + Independente, sua coluna quinzenal de educação financeira!
Em 2021 foi divulgada uma pesquisa realizada ao longo de 10 anos com mais de 5 milhões de clientes investidores pela Fidelity Investments, a “Women and Investing Study” demonstrou que os investimentos das mulheres rendem, em média, 0,4% a mais que dos homens anualmente. Eu sei, parece pouco, mas multiplique isso ao longo dos anos e terá uma bola de nele, uma bola de neve do bem!
A pesquisa concluiu que um dos motivos para o melhor desempenho das mulheres está no fato de que elas são menos competitivas e impulsivas, o que faz com que não pulem de um investimento/ativo para outro com tanta frequência, as mulheres sofrem menos do “FOMO” – fear of missing out – ou medo de perder uma oportunidade. Por mexer menos em suas carteiras, geram menos despesas e custos que impactam na rentabilidade.
Outro ponto apontado pela Fidelity é de que as mulheres são mais consistentes, portanto, seguem melhor seus planos de investimento ao longo dos anos, buscando sempre mais conhecimento e autoconfiança no tema. O fato de que “finanças e dinheiro são assuntos de homem” atrasaram essa consciência do público feminino sobre a necessidade da educação financeira e dos investimentos em sua vida, porém, hoje, elas já compreendem que dinheiro é sinônimo de cuidar da sua família, de si mesma, da sua liberdade e da sua segurança, por isso, são fundamentais.
Voltando na nossa bola de neve do segundo parágrafo, os “apenas” 0,4% de rentabilidade extra anual que as mulheres recebem, em 20 anos investindo R$500 por mês podem chegar a uma diferença de mais de R$17.000 acumulados a mais que os homens.
Na bolsa de valores, a famosa B3, de 6,103 milhões de CPF cadastrados, somos apenas 22,9% de mulheres – 1,39 milhões. Em 2011 éramos apenas 146 mil mulheres no mercado de capitais. Em contrapartida, nosso primeiro investimento na bolsa costuma ser 6x maior do que dos homens, comprovando que realmente nos informamos e buscamos conhecimento antes de efetivamente investir, ou seja, quando entramos no mercado montamos uma carteira pensada e com um objetivo traçado. Isso é tão verdade que, segundo dados da B3, nós, mulheres, estamos concentradas nas maiores faixas de valores, como em investimentos acima de R$500mil somos aproximadamente 55% dos investidores.
Ainda sobre o mercado de capitais, segundo dados da B3, em 2016 tínhamos nossas carteiras de investimentos mais alavancadas, ou seja, mais centralizadas em um único produto – sendo que 75% das investidoras da bolsa possuíam apenas ações, já em 2022 esse número caiu para apenas 39%, evidenciando que as mulheres estão buscando a diversificação de seus ativos, pilar fundamental nos investimentos financeiros – seja em renda fixa, fundos ou no mercado de capitais.
Quando falamos em diversificação, falamos em diluição de riscos e busca pela maximização dos ganhos. Por exemplo, manter toda a sua carteira em ações pode impactar na perda de todo o seu “suado” dinheirinho, da mesma forma, manter todo o seu dinheiro na poupança ou em um CDB – indexado ao CDI – pode ser bom em momentos de Selic alta e péssimo em momentos de Selic baixa; mas esse é um assunto para outro momento e que vai exigir muito mais que 5 linhas de explicação.
Fica a reflexão a respeito de mais essa disparidade, somos mais de 52% da população mundial, e seguimos longe da equidade em mais esse ponto – finanças e investimentos, além disso, segundo o Fórum Econômico Mundial, levaremos ainda mais de 135 anos para alcançar a equidade de gênero no mundo. Você, mulher, pode ser + Independente!