O motorista de aplicativo Renato Machado gasta muito dinheiro abastecendo o carro. É o principal item que impacta o orçamento dele. “É meu ganha pão, sem o carro não tenho minha profissão e é por isso que eu não fugir e deixar de abastecer o carro”, afirma.
Ele é um dos que aguarda a redução no preço da gasolina, prometida nesta terça-feira, 16, pela Petrobras. De acordo com a estatal os novos valores, que também vão reduzir os preços do gás de cozinha e diesel, já começam a valer nesta quarta-feira, 17.
Veja como fica a redução proposta pela Petrobras:
A gasolina terá uma redução de 12,6% e o litro será vendido para as distribuidoras R$ 0,40 mais barato.
Já o diesel a redução será de R$ 0,44 por litro, o que equivale a 12,8%.
Mas o que motivou e como essas reduções vão se sustentar? Segundo a economista e professora de Economia da ESPM, Cristina Helena de Mello, o que a Petrobras fez foi introduzir duas lógicas de precificação, perdendo o que era considerado uma rigidez e atendia os critérios do mercado mundial. “A companhia não abandona aquela referência que está alinhada com os preços praticados internacionalmente e, desta forma, atende os seus interesses. Com isso, deixa de utilizar, como no passado, os preços praticados de combustíveis como instrumento de política econômica para combater a inflação”.
A especialista destaca que a Petrobras está inserindo três regras novas: o fim à política de Preço de Paridade de Importação (PPI); introdução da brasilidade na política de preços, pois não só olhar a lógica internacional, mas olhar a lógica doméstica; e acompanhar o preço dos produtos substitutos que competem diretamente com petróleo, como o álcool.
“Do ponto de vista do consumidor final, a decisão entre um tipo de combustível e outro se fará pelo preço e pelo lado da economia. Carros a álcool sempre consumiram mais litros do que os a gasolina. A flexibilidade trará impacto muito positivo na cesta de consumo das famílias, pois a maior parte do transporte das mercadorias no Brasil é feita através do uso de transporte com combustível fóssil, então o menor custo de transporte pode ter impacto no preço final também da cesta básica do cidadão”, explica Mello, prosseguindo: “menores preços são sempre comemorados e significam aquecimento da economia, aumento do poder de compra e bem-estar da população”, conclui.