O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, iniciou nesta terça-feira, 5, o projeto de “Inclusão Sociopolítica dos Apinajé”. O objetivo é ouvir a comunidade indígena, verificar os problemas mais comuns existentes e encaminhar as deficiências de assistência encontradas para as autoridades competentes, nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Na manhã desta terça, 5, o promotor de Justiça Saulo Vinhal da Costa, titular da 1ª Promotoria de Justiça de Tocantinópolis, visitou a Aldeia Mariazinha, no município, e ouviu quais os problemas enfrentados pelos caciques que chefiam algumas aldeias da região.
Os caciques relataram que um dos principais problemas diz respeito à assistência à saúde dos indígenas. A cacica Marlúcia Ribeiro Apinajé relatou que a principal dificuldade é conseguir medicamentos.
“Eu tenho que pagar exames dos meus filhos, comprar remédios dos meus filhos, comprar remédio de pressão para o meu avô. Preciso comprar também remédios para as minhas tias, que têm problema de pressão. E é uma realidade geral aqui, do povo Apinajé”, afirmou Marlúcia.
O presidente da Associação União das Aldeias Apinajé (PEMPXÀ), cacique Emílio Dias, queixou-se das estradas rurais. “Precisam ser melhoradas, reparadas. Vai ajudar tanto na saúde quanto na educação. Têm muitas estradas aí que são péssimas, onde o transporte escolar passa. Muitos não conseguem chegar até a escola. Nossos alunos, nossas crianças, estão sofrendo”, disse.
O promotor de Justiça disse que vai encaminhar todas as demandas às esferas competentes, já que existem reivindicações cujas soluções são de responsabilidade do município, do Estado e do governo federal.
“Há relatos de falta de acesso à água encanada, falta de medicamentos, dificuldade no transporte de veículos da saúde para atender os indígenas, no transporte escolar. São problemas recorrentes e preocupantes. Hoje são 63 aldeias existentes em terras dos Apinajé e as autoridades precisam atender às reivindicações deles”, disse Saulo.