Mês da Mulher: Fabíola Oliveira e o trabalho com a ONG Resgata Palmas

No Mês da Mulher, o Jornal Primeira Página conta a história de mulheres que fazem a causa animal acontecer em Palmas-TO. Conheça Fabiola Oliveira, uma bióloga de 37 anos, que se tornou uma das vozes mais ativas na causa animal na capital. Em entrevista ao Jornal Primeira Página, Fabiola contou que encontrou nos animais não apenas uma paixão, mas uma verdadeira missão de vida.

Sua trajetória começou aos 16 anos, quando, ainda estagiária em um curso técnico em Pelotas, Rio Grande do Sul, se envolveu como voluntária em uma ONG. Desde então, ela tem dedicado sua vida a ajudar animais em situação de abandono e que sofrem de maus tratos.

Desde então, Fabiola carregou consigo o propósito de ajudar os animais. Mesmo mudando de cidade diversas vezes por conta de seus estudos e trabalho, ela sempre buscava uma ONG para se voluntariar. “Morei em Lavras [MG], nos Estados Unidos, Uberlândia [MG]… Em todo lugar, eu procurava uma forma de ajudar”, contou.

Leia Mais – Mês da Mulher: Vereadora MaryCats e o início de uma jornada como protetora dos animais

Leia Mais – Mês da Mulher: A história de Simone Portela e seu santuário com mais de 150 animais

Leia Mais – Mês da Mulher: Como Ana Cláudia superou a depressão no ativismo com a causa animal

A chegada na capital e a ONG Resgata Palmas

Em 2019, Fabiola chegou a Palmas e, em poucos dias, conheceu Natália e Giane, da Arca da Vida. “Foi uma conexão imediata, como se a gente tivesse a mesma missão”, diz. Juntas, elas começaram a participar de feiras de adoção e a realizar resgates, consolidando uma parceria.

Um dos resgates mais marcantes de Fabiola foi o do Pirata, um cachorro encontrado com uma pata dilacerada, em 2020. “Ele estava magro, sentindo muita dor, e todo mundo pedia ajuda, mas ninguém fazia nada”, relembrou. Após horas de busca, Fabiola, seu esposo encontraram o Pirata em uma casa abandonada. “Ele nos viu e começou a abanar o rabo, mesmo com toda aquela dor”. O Pirata foi tratado por um veterinário e, hoje, vive feliz com um tutor que encontramos”.

Fabiola destaca que o Pirata foi um marco para a ONG, Resgata Palmas, unindo pessoas em torno de uma causa comum. “Ele foi a porta para muitos outros resgates. Mostrou que, juntos, podemos fazer a diferença”, afirma.

Resgates que ficaram na memória: Pirata, um cachorro encontrado com uma pata dilacerada, em 2020 – Foto Resgata Palmas

O Resgata Palmas e os Desafios da Proteção Animal

O Resgata Palmas existe desde 2015, mas a ONG foi consolidada em 2020 pela união e parceria de Fabiola Oliveira, Natália Almeida e outros protetores independentes.

A ONG não possui um abrigo físico, mas conta com uma rede de lares temporários, incluindo a casa de Fabiola e de Natália, além de parceiros que abrem suas portas para cuidar dos animais resgatados.

“A gente não tem gatil nem canil. Nossas casas e as casas de amigos são os lares temporários”, explicou Fabiola. A dinâmica do Resgata Palmas envolve resgates, tratamentos veterinários, castrações e a busca por adoções responsáveis. “Cada animal resgatado precisa de um teste de leishmaniose negativo, vacinação, castração e cuidados médicos. Tudo isso é custeado pela ONG e parceiros”, detalha.

Um dos maiores desafios, segundo Fabiola, é a falta de apoio financeiro da população. 

“As pessoas se comovem com casos extremos, como o do Pirata, mas não ajudam tanto com filhotes abandonados ou animais aparentemente saudáveis”, lamentou. Ela cita o exemplo de oito filhotes resgatados em 2020, na região de Taquaruçu, distrito de Palmas, e que foram encontrados em um local insalubre, com sinais de cinomose. “Eles morreram em poucos dias. Foi devastador”, relembrou.

Apesar dos desafios, Fabiola destaca que a pandemia de 2020 trouxe um aumento significativo nas adoções. “Foi o ano em que mais resgatamos e mais adotamos. As pessoas estavam em casa e buscaram companhia”, conta.

Atualmente, o Resgata Palmas mantém parcerias com protetores independentes, como Marina de Jesus, do Setor Araras, que cuida de 42 cães, e Ana Cláudia, de Taquaruçu, que abriga dezenas de animais, entre cães e gatos. “A gente busca castrações, ração e medicamentos para ajudar esses protetores, que tocam tudo sozinhos”, explica Fabiola.

Para apoiar o Resgata Palmas, é possível contribuir de diversas formas: doações via PIX (resgatapalmas@gmail.com), servindo como lar temporário, oferecendo carona solidária para transporte de animais ou compartilhando as ações da ONG nas redes sociais.

“Cada ajuda, por menor que seja, faz uma diferença enorme”, finaliza Fabiola, com a esperança de que mais pessoas se unam à causa animal.