Waldemar José de Lima Neto, irmão do motorista investigado pela morte do vigilante Dhemis Augusto Santos, se apresentou à Polícia Civil do Tocantins nesta segunda-feira (1º). Ele foi preso após cumprimento de um mandado expedido pela Justiça de Goiás por outro caso, sem relação com o homicídio ocorrido no último sábado (29), em Palmas. Enquanto isso, o principal suspeito do assassinato, Waldecir José de Lima Júnior, continua foragido.
Waldecir é apontado pela polícia como o autor dos disparos que mataram o vigilante após uma discussão sobre a forma como um veículo estava estacionado em uma galeria na 203 Sul. Ele possui registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e teve a prisão preventiva decretada pela 1ª Vara Criminal de Palmas.
Prisão por mandado de Goiás
Embora a entrega tenha ocorrido em meio à repercussão do homicídio, Waldemar foi detido em razão de um mandado da 2ª Vara Estadual de Repressão às Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais de Goiás, onde responde por integrar uma organização criminosa investigada por golpes imobiliários, falsificação de documentos e corrupção de policiais militares.
Segundo denúncia do Ministério Público de Goiás, o grupo atuava desde 2019 em diversos estados — Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal — usando ameaças, expulsões de proprietários e negociações fraudulentas. A acusação inclui ainda crimes de tráfico, associação para o tráfico, estelionato, corrupção ativa, porte ilegal de arma e denunciação caluniosa.
Após se apresentar na Delegacia de Homicídios de Palmas, Waldemar foi encaminhado ao presídio da capital. Advogados afirmaram que ele teria decidido se entregar após ingressar em um grupo religioso e refletir sobre sua situação. Ele não informou o paradeiro do irmão Waldecir.
Suspeito ainda não se entregou
O advogado de Waldecir, Zenil Drumond, declarou que a defesa pretende entregar a arma usada no crime, mas que o suspeito não deve se apresentar no momento.
“Neste momento ele não se sente seguro para se apresentar. Em um momento adequado, ele será apresentado”, disse o advogado em entrevista à TV Anhanguera.
A audiência de custódia de Waldemar está marcada para esta terça-feira (2). A Polícia Civil segue em busca de Waldecir e orienta que informações sejam enviadas ao WhatsApp da 1ª DHPP: (63) 8131-8454, ou ao Disque-Denúncia 197.
O crime
O vigia Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, trabalhava no estacionamento do shopping Aldeia Mall quando foi baleado no abdômen após orientar o motorista a retirar uma Range Rover Evoque estacionada de forma irregular. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Waldecir saca a arma, aponta para o rosto do vigilante e atira. Mesmo após o disparo, ele continua apontando a arma e gesticulando antes de fugir.
Dhemis foi levado ao Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu.
Em nota, o shopping lamentou a morte e repudiou qualquer forma de violência.
Quem era Dhemis Augusto
Natural de Sergipe, Dhemis morava havia um ano em Palmas, onde buscava estabilidade financeira. Antes de conseguir uma kitnet, chegou a dormir por alguns dias no escritório da empresa que o contratou como vigia.
Segundo o chefe da empresa, Edmilson dos Santos, o vigilante estava planejando tirar a carteira de habilitação, comprar um carro e uma casa.
“Estamos muito chocados. A vida foi ceifada de maneira brutal. Ele era querido, fazia amizades e estava muito feliz”, disse Edmilson.
Histórico do suspeito
Waldecir, de 40 anos, tem registro como CAC e já foi condenado em 2013 por porte ilegal de arma ao ser flagrado armado em uma churrascaria. Ele fugiu logo após o crime e ainda não foi localizado.
Na casa do suspeito, policiais encontraram o veículo usado na fuga, munições deflagradas e carregadores de pistola calibre 9 mm. O material foi apreendido.
A polícia mantém buscas e reforça que a colaboração da população pode ajudar na localização do suspeito.
*Com informações da TV Ahanguera e Jornal Opção