O Jornal Primeira Página inicia nesta segunda-feira, 19 de agosto, uma série especial de reportagens com as respostas dos candidatos à Prefeitura de Palmas sobre temas cruciais que afetam diretamente a vida dos cidadãos e que estão no centro do debate envolvendo direitos civis, liberdades individuais e políticas públicas.
Em um cenário político cada vez mais polarizado e radical, torna-se fundamental conhecer as posições dos candidatos sobre questões ligadas à homossexualidade, casamento homoafetivo, religiões de matrizes africanas, direito ao aborto e legalização da cannabis.
Com exceção do candidato Júnior Geo (PSDB) e de sua vice, Pastora Ivanete Lima (PSDB), todos os outros três candidatos em Palmas responderam às perguntas elaboradas pelo Jornal Primeira Página.
A série será publicada conforme a ordem de envio das resposta por partes dos candidatos. Eduardo Siqueira Campos (PODEMOS) abre esta série, seguido por Lúcia Viana (PSOL) e Janad Valcari (PL).
Eduardo Siqueira Campos:
Homossexualidade, casamento homoafetivo, adoção e direito de manifestação irrestrita
Questionado sobre o que pensa em relação ao casamento homoafetivo, Eduardo Siqueira Campos afirmou: “Tanto a união entre pessoas do mesmo sexo quanto a proteção ao direito de manifestação já são direitos garantidos por decisão do STF (no primeiro caso) e na Constituição Federal (segundo caso). Cabe ao município garantir os direitos de todos os cidadãos. No âmbito pessoal, acredito que todos somos livres para manifestar as nossas opiniões. Meu papel como gestor público é garantir a totalidade de direitos a todos os palmenses.”
Com relação à adoção de crianças por casais homossexuais, o candidato não ofereceu uma resposta específica sobre.
Religiões de matrizes africanas
Sobre este tema, o candidato Eduardo Siqueira respondeu de forma mais genérica e não mencionou o principal ponto elencado: como pretende garantir a inclusão de eventos e ações voltadas às religiões de matrizes africanas no calendário cultural e religioso de Palmas. Quando questionado, o candidato se limitou a responder: “A liberdade de crença é um dos valores mais importantes da nossa nação e deve ser respeitada por todos. Todas as religiões podem manifestar sua fé conforme garantido pela Constituição Federal.”
As religiões de matrizes africanas são originárias das práticas e crenças trazidas pelos povos africanos que foram escravizados e trazidos para o Brasil. Essas religiões têm raízes profundas na espiritualidade africana e se desenvolveram ao longo dos séculos, incorporando elementos de diferentes culturas e tradições locais. No Brasil, exemplos dessas religiões incluem o Candomblé e a Umbanda.
Direito ao aborto
Eduardo Siqueira Campos, ao responder sobre a legalização do aborto, posicionou-se contra: “Com relação ao aborto, sou contra. Sinto que não deveria ser direito de ninguém a decisão de tirar qualquer vida. Com relação aos aspectos de saúde pública e direitos das mulheres, entendo que o SUS e as estruturas públicas de saúde, educação, cidadania e segurança têm o dever imediato de oferecer melhor atenção à saúde preventiva, melhor conscientização, melhor segurança e o apoio que todas as mulheres, principalmente as jovens, crianças e vulneráveis, precisam para deixarem de ser vítimas de violências, abusos, estupros e desinformação que leve à gravidez precoce e gravidez vinda de má conscientização ou falta de informação sobre planejamento familiar. Nenhuma sociedade precisaria discutir o aborto como um problema de saúde pública se todas as mulheres vivessem numa sociedade que oferecesse as condições de educação, saúde pública e segurança que são seu direito garantido em constituição e que, portanto, torna-se o meu maior objetivo como gestor. O poder público precisa estar preparado para apoiar as mulheres, protegê-las e ajudá-las, sempre na direção da preservação da vida.”
Legalização da cannabis
O candidato também se posicionou contra a legalização da cannabis para uso recreativo e a descriminalização do uso e porte de drogas ilícitas. “Sou contra a legalização de qualquer droga para uso recreativo e contra a descriminalização do uso e do porte de qualquer quantidade de drogas ilícitas, inclusive no caso da cannabis, ressalvados os estudos e medicações já comprovadas para casos específicos, já estudados e receitados por médicos conforme aprovação de comunidades científicas e da Anvisa.
O candidato, todavia, comentou sobre seu uso medicinal. “Nos casos aprovados pela Anvisa, deve seguir os avanços da ciência, que já apresentam evidências de que o uso prescrito e orientado pela medicina pode trazer benefícios para o tratamento de diversas doenças, como Parkinson, epilepsia, tratamento de dor crônica oncológica e demais dores crônicas, tratamentos neurológicos, psicológicos, entre outros. Isso é diferente de discutir o uso ilícito ou a legalização da droga, seja ela qual for”, finalizou.
Próxima Reportagem
A próxima reportagem desta série com os candidatos de Palmas abordando estes temas será publicada terça-feira, 20, com Lúcia Viana (PSOL).