Pivô do principal escândalo destas eleições em Palmas, a ex-funcionária de Janad, Kelly Gomes Marinho gravou um vídeo elogiando Janad Valcari (PL): “Uma vez eu disse a ela que ela me inspira, pela trajetória que construiu com trabalho e dedicação. Quero dizer para ela que incomoda, aqueles que lutam para fazer o que é certo e quebrar as panelinhas. Que ela continue de cabeça erguida”, declarou, em agosto deste ano.
Em outro vídeo, compartilhado em um aplicativo de mensagens no final de setembro, Kelly aparece fazendo gesto com o indicador e o dedo médio, marca de Janad, e ouvindo um jingle da campanha da candidata liberal. O vídeo é acompanhado da seguinte mensagem: “agora posso declarar meu voto aberto, já que não trabalho mais pra atual prefeita.” Ela foi contratada pela prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) em agosto e demitida no mês seguinte, em pleno período eleitoral.
Jogo duplo
Esta é a mesma Kelly que em áudio, tornado público nesta quinta-feira, 24, cobrou R$ 250 mil para não divulgar um vídeo falando mal de Janad. Após a recusa da candidata em pagar o valor exigido, o vídeo foi divulgado, levantando suspeitas de que o valor teria sido pago pelo grupo de Eduardo.
Kelly já havia colaborado com adversários de Janad no primeiro turno, entregando um áudio que, conforme laudo de um perito de Brasília, foi alterado antes da divulgação. A ex-funcionária também gravou um vídeo desmentindo as acusações de que Janad a teria insultado. “Se alguém me xingasse, eu reagiria. Quem me conhece sabe que sou do impulso. Isso é inviável; essa história de que ela me xingou não aconteceu.”
Pressão
Em um áudio enviado a Janad na quarta-feira, 23, Kelly afirma estar “sob pressão” para dar uma resposta aos opositores de Janad. Ela condiciona seu silêncio ao pagamento de R$ 250 mil, ameaçando que, caso o valor não fosse depositado até o dia seguinte, seguiria com o vídeo contra Janad. “A proposta [deles] foi de R$ 250 mil. É a mesma proposta que eu faço para vocês (…) Quero o depósito na minha conta. Se amanhã [quinta-feira, 24] não estiver na conta, ou entender que você não aceitou e vou seguir minha vida.”