O longa-metragem A Flor de Buriti, premiado no Festival de Cannes, na França, na última semana, retrata a temática da luta pela terra e as diferentes formas de resistência da comunidade da aldeia Pedra Branca, terra Indígena Krahô, no Estado do Tocantins. O filme foi dirigido pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza, e é estrelado pelos atores Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Luzia Cruwakwyj Krahô e Débora Sodré.
Segundo a diretora, a produção do longa surge a partir do desejo em pensar a relação dos Krahô com a terra, além de refletir sobre como essa mesma relação vai sendo elaborada pela comunidade através dos tempos.
“A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos atores trabalhar a partir desse eixo, criar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas que, ao mesmo tempo, fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando.”, afirma Messora.
Sendo um Estado com identidade cultural enriquecida pela presença de diferentes povos originários e etnias, o Tocantins é um ambiente favorável para as produções cinematográficas, com seu potencial paisagístico e riqueza cultural, que perpassa diversos aspectos, desde a música, a dança, o vocabulário, a culinária e as histórias e mitos.
Segundo o secretário da Cultura, Tião Pinheiro, “os povos originários brasileiros têm um histórico de resistência. No Tocantins, esse histórico também é percebido junto à sua atitude de força somada aos aspectos cotidianos que enriquecem a identidade cultural. O povo Krahô mesmo neste contexto, ganhou visibilidade por meio do audiovisual, um potente instrumento cultural, na maior premiação de cinema do mundo, que é o Festival de Cannes. Isso é um momento histórico para o Tocantins.”, afirma.