A polêmica gerada pelas declarações do presidente Lula (PT) durante uma coletiva de imprensa na Etiópia não só ecoou internacionalmente, mas também encontrou ressonância no cenário político interno do Brasil. Após comparar a situação em Gaza ao extermínio de judeus perpetrado pelo regime nazista de Adolf Hitler, o presidente Lula se viu alvo de um pedido de impeachment assinado por, até o momento, 91 deputados federais, entre eles, o parlamentar Filipe Martins (PL).
“[O presidente] acabou expondo o Brasil a um perigo de guerra, se posicionando a favor de grupos terroristas. Creio que, embasado em tudo que nós temos, esse é o posicionamento, e por isso da minha assinatura do pedido de impeachment contra esse desgoverno que aí está.”, comentou o parlamentar.
A declaração de Lula, na qual ele afirmou que “o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, provocou uma forte reação por parte dos congressistas, especialmente daqueles que compõem a oposição ao governo.
Filipe Martins, deputado federal conhecido por sua postura firme e alinhada com pautas conservadoras, destacou que a comparação feita por Lula representa não apenas uma falta de sensibilidade histórica, mas também configura um possível crime de responsabilidade.
O embasamento para o pedido de impeachment está pautado no artigo 5º da lei 1.079/50, que especifica os crimes de responsabilidade contra a existência política da União. Nesse contexto, a oposição argumenta que as palavras de Lula não apenas expõem a República ao perigo da guerra, mas também comprometem sua neutralidade ao equiparar ações de um país soberano, como Israel, a atrocidades cometidas pelo regime nazista durante o Holocausto.