Com o objetivo de fortalecer a rede de proteção às vítimas e intensificar o combate à violência de gênero, especialistas, autoridades e sociedade civil se reuniram em um seminário promovido pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), em Palmas. O evento, realizado na terça-feira, 26, foi executado pelo Núcleo Maria da Penha e pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional – Escola Superior do Ministério Público (Cesaf/ESMP) e integra a campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
A Procuradora de Justiça Vera Nilva Álvares Rocha Lira, diretora-geral do Cesaf/ESMP, abriu o seminário destacando a gravidade da violência contra a mulher, presente em diversos ambientes e classificando-a como uma “chaga da sociedade”. “A violência está em toda parte: nas casas, nas ruas, nos ônibus. É preciso estarmos atentos para identificar e denunciar esses casos”, afirmou.
A Promotora de Justiça Munique Vaz, coordenadora do Núcleo Maria da Penha, reforçou a importância de políticas públicas eficazes para combater o problema, e a necessidade de atacar a raiz da violência. Munique ressaltou o papel fundamental da rede de apoio, formada por diferentes setores da sociedade, no enfrentamento da questão. “É com a participação de todos que poderemos diminuir o número de feminicídios e outros crimes que assolam as mulheres”, completou.
Palestras abordam sensibilização, empatia e redes de proteção
A primeira palestra, ministrada pela doutora Rubra Pereira de Araújo, professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Porto Nacional, abordou a importância da perspectiva de gênero na busca por igualdade e justiça social. A professora defendeu a união entre diferentes grupos para combater a violência e superar a separação e a hierarquia, buscando a complementaridade entre homens e mulheres e entre os diferentes grupos de mulheres. “O inimigo que mata a mulher é o mesmo que mata travestis e transexuais”, declarou, ressaltando a importância da luta conjunta entre o movimento feminista e o movimento trans.
Em seguida, a professora Graziela Tavares de Souza Reis, também da UFT, campus de Palmas, traçou um panorama histórico da luta pelos direitos das mulheres, desde as primeiras conferências até os dias atuais, evidenciando a importância da perspectiva de gênero na busca por igualdade e justiça social e enfatizou a necessidade de políticas públicas eficazes para combater a violência contra a mulher e o papel crucial da educação em direitos humanos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.