O jovem escritor William Geraldo Ribeiro, de 26 anos, foi selecionado para participar de duas importantes feiras do livro no Brasil: a Feira do Livro de Joinville (SC), que acontece de 29 de maio a 8 de junho de 2025, e a Feira do Livro de São Paulo – Guarujá, de 20 a 22 de agosto. Natural de Palmas (TO), William foi escolhido após vencer um processo seletivo nacional de poesias promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL).
A conquista marca um novo capítulo em sua trajetória, iniciada nas escolas públicas da capital tocantinense e fortalecida por uma vivência dedicada à educação, ao empreendedorismo e ao incentivo à leitura. “Essa é a primeira vez que escrevo para jovens, mas percebi que vale para todas as idades. Eu quero muito que todos saibam os caminhos possíveis”, destaca o autor em entrevista ao Jornal Primeira Página.
William é autor do livro Eu Vejo Você, lançado com foco em jovens de escolas públicas e que propõe uma reflexão sobre recomeços, identidade pessoal e o poder da leitura como ferramenta de transformação. Com uma abordagem motivacional, a obra traz relatos pessoais sobre fracassos profissionais e superações que ajudaram a moldar sua visão de mundo. “Sempre há uma saída, que é investir na sua identidade pessoal, seja você aluno, vendedor de bombom na rua ou até mesmo alguém que acredita que pela idade já não há mais saída”, afirma.
Na entrevista, William relatou que, durante a preparação para as feiras foi surpreendido por uma rede de apoio que se formou de maneira espontânea em torno do seu projeto. Segundo ele, essa articulação teve papel decisivo para a concretização da participação nos eventos.
“Eu sinceramente não tenho palavras. Há muitas pessoas do bem, e o networking é o que mais importa dentro da sociedade. No momento mais improvável da minha vida, o conjunto de identidades do meio social resgata um sonho meu de lançar o meu livro”, relata.
Além de escritor, William é estudante de Psicologia, palestrante e já participou de iniciativas sociais voltadas à juventude em situação de vulnerabilidade. Esses elementos também influenciam diretamente seu trabalho literário. Ao falar sobre seu lugar de fala, ele enfatiza: “Jamais é uma verdade ou um modelo absoluto para que as pessoas sigam, mas assim como todo aluno de escola pública, sendo preto, filho de mãe solteira, é sim uma alternativa para se reinventar dentro da sociedade”.
O autor já prepara sua próxima obra, que pretende dar continuidade à proposta de mergulho na identidade e no autoconhecimento. “Penso e já estou escrevendo sobre a intimidade com Deus, falar sobre o eu, sobre a nossa identidade. Não há um padrão para seguir, mas a intimidade de reconhecer um novo começo”, adianta.
A presença de William nas feiras literárias é um marco para a literatura tocantinense e reforça o papel da leitura como um caminho viável para o desenvolvimento pessoal e social, especialmente entre jovens da rede pública de ensino. Seu livro está sendo utilizado como base em rodas de conversa e atividades escolares que estimulam os estudantes a reconhecerem seu próprio potencial.