Neste 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novos dados que reforçam a gravidade da situação global. Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental, como ansiedade e depressão. Segundo a agência da ONU, o cenário provoca não apenas sofrimento humano, mas também grandes prejuízos econômicos.
A instituição reforçou que, embora muitos países tenham avançado em políticas públicas e programas voltados à saúde mental, ainda são necessários investimentos mais robustos e urgentes. “Investir em saúde mental significa investir em pessoas, comunidades e economias, um investimento que nenhum país pode se dar ao luxo de negligenciar”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Desafios globais
A OMS destacou que transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. A entidade defende que o acesso a cuidados nessa área deve ser tratado como um direito básico e não como privilégio.
Entre os transtornos mais comuns estão a ansiedade e a depressão, que afetam pessoas de todas as idades e classes sociais. Mulheres, segundo o relatório, estão desproporcionalmente mais impactadas.
Outro ponto crítico é o suicídio, que segue como uma das principais causas de morte entre jovens em diferentes contextos socioeconômicos. Apenas em 2021, cerca de 721 mil pessoas perderam a vida dessa forma. A redução das taxas ainda está distante da meta prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que projeta queda de um terço até 2030. No ritmo atual, a redução deve ser de apenas 12%.
Além das consequências humanas, a OMS ressaltou o peso econômico da crise de saúde mental. Os custos indiretos — especialmente ligados à perda de produtividade, superam em larga escala os gastos com serviços de saúde. Só ansiedade e depressão representam cerca de US$ 1 trilhão por ano para a economia global.
Chamado à ação
Para a agência da ONU, os números evidenciam a necessidade urgente de políticas públicas consistentes, financiamento contínuo e cooperação multissetorial. As recomendações incluem ampliar o acesso a tratamentos, combater o estigma e enfrentar as causas estruturais que alimentam os problemas de saúde mental.