“Quando tomei a vacina da Covid-19, me lembro como se fosse hoje, chorei bastante, porque naquele momento senti alívio! Senti tristeza também por lembrar das pessoas que perdi e que não puderam chegar até aquele momento, mas durante a aplicação da dose tive a esperança de que iríamos vencer aquela pandemia! Pude sentir todos esses sentimentos em um só momento”. A declaração é da fisioterapeuta, Mariana Ferreira, uma das milhares de pessoas que acreditam na eficácia das vacinas e contribuem para uma sociedade mais saudável, ao se imunizarem.
A eficácia das vacinas ficou comprovada ainda no século XVIII, quando o inglês Edward Jenner, desenvolveu um imunizante para a prevenção da varíola, doença viral extremamente grave que causava febre alta, dores de cabeça e no corpo, lesões na pele e morte. Por meio da descoberta da vacina, a enfermidade foi erradicada.
De lá para cá, muitas outras foram criadas: BCG, Febre Amarela, Influenza, Polivalente e outros nomes comuns para muitas pessoas. Elas representam uma proteção contra inúmeras doenças, disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para adultos e crianças. `Para destacar a importância das vacinas e reforçar sua eficácia contra as doenças evitáveis, foi criado o Dia Mundial da Imunização, celebrado em todo dia 09 de junho.
A data é significativa para Mariana Ferreira e para a administradora Suelma Ribeiro, que relata ser assídua na atualização dos cartões de vacina dela e dos filhos. “Sempre que tem campanha de vacinação eu participo e mesmo sem campanha, fico atenta aos prazos que o pessoal da sala de vacinação coloca em nossos cartões e sigo rigorosamente. Não podemos ignorar a eficácia da vacina e a proteção que cada uma traz para a sociedade de forma geral, não só para quem toma”.
“Sou mãe de quatro filhos pequenos e para a minha família, a vacinação é de suma importância, pois estou prevenindo doenças e protegendo os meus filhos. E além de diminuir casos de doenças, ainda ajudamos no controle de doenças infecciosas. As campanhas de vacinação são de muito valor, são muito importantes para as pessoas se motivarem. É necessário que a população se atente às datas do calendário de vacinação, pois isso salva você, a sua família e todas as demais pessoas”, relatou a professora, Sheila Cereja.
A visão das personagens acima é reforçada por quem trabalha há décadas no processo de imunização do Tocantins. A assessora da Gerência de Imunização (GI), da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Marli Jerônimo da Silva, atua área de vacinas desde a década de 1980 e enfatiza que, “quando as pessoas se vacinaram, elas não apenas protegem a si mesmo, mas também contribuem para o controle das doenças infecciosas de toda a população, pois com ela adquirimos de forma eficaz a proteção contra doenças infecciosas, gastos com medicamentos e erradicação de diversas doenças. Contrário a isso, a consequência da redução no número de pessoas vacinadas são as sequelas e a sobrecarga para os serviços de saúde que deixarão de atender outras doenças para cuidar dessas que podem ser evitadas por meio da vacinação”.
Para o titular da SES-TO, Afonso Piva de Santana, “é preciso que a população tenha consciência da importância das vacinas. Elas estão disponíveis nas mais de 300 salas de imunização do Estado, de forma gratuita e são eficazes na prevenção de doenças em grande escala, pois tivemos o exemplo da Covid-19, que só teve o seu total controle quando a vacinação foi liberada para toda a população. A vacina reflete saúde, cuidado e possui relevância nos índices escolares, na segurança pública, no desenvolvimento da sociedade em geral. Vacinas salvam vidas!”.
Atualmente, o Tocantins possui 322 salas de vacinação e segundo dados Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), – Indicadores do Previne Brasil, de maio de 2023, está em primeiro lugar, entre os estados da região norte do País, em proporção de crianças de um ano de idade vacinadas. O índice do Estado é de 79%, para uma meta nacional de 95%. “a vacina é um dos grandes avanços da ciência, ela fortalece o sistema imunológico e estimulam a produção de anticorpos que combatem agentes infecciosos como os vírus e as bactérias e evita o adoecimento da população. A imunização é uma estratégia imprescindível para a saúde pública, ela evita epidemias e pandemias”, afirmou a gerente de Imunização da SES-TO, Diandra Sena.
Quem pode se vacinar
Toda a população pode se vacinar gratuitamente em qualquer sala de vacina existente no País. Para isso, basta comparecer a um posto de saúde, com documento pessoal e a Caderneta de Vacinação em mãos. Para quem perdeu a caderneta, a orientação é procurar o posto de saúde onde recebeu as vacinas para resgatar o histórico e fazer a segunda via. A ausência da Caderneta de Vacinação não é um impeditivo para se vacinar, mas ele é um documento que comprova a situação vacinal do indivíduo, devendo ser guardado junto aos demais documentos pessoais.
Vacinas encontradas no SUS
Atualmente, 48 imunobiológicos são distribuídos anualmente pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) (vacinas, imunobiológicos especiais, soros e imunoglobulinas), sendo 20 vacinas oferecidas às crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Destas, 18 são vacinas para crianças e adolescentes ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação.
As vacinas distribuídas no Sistema Único de Saúde (SUS) são: BCG, Hepatite B, Penta, Pólio inativada, Pólio oral, Rotavírus, Pneumo 10, Meningo C, Febre Amarela, Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), DTP, Hepatite A, Varicela, Difteria e tétano adulto (dT), meningocócica ACWY, dTpa, Influenza, Pneumocócica 23- valente (Pneumo 23), Covid Monovalente e Covid Bivalente.
Cobertura
No Tocantins, em 2021 e 2022, das 10 vacinas do PNI, preconizadas para crianças menores de um ano, apenas a BCG atingiu a porcentagem de cobertura vacinal preconizada pelo Ministério da Saúde. (91,30% e 117,52% respectivamente). O PNI prevê de 90 a 95% de cobertura, das vacinas BCG, Hepatite B, Hepatite A, Poliomielite, Rotavírus, Febre Amarela, Tríplice Viral, Meningo C, Pneumocócica e Pentavalente.
Os dados atualizados da GI/SES-TO mostram que os índices vacinais de 2023 (atualizados até o dia 31 de maio) são: BCG: 86,79%, Rotavírus: 59,46%, Meningocócica C: 61,73%, Pentavalente: 63,35%, Pneumocócica: 63,89%, Febre Amarela: 54,36%, Tríplice Viral: 59,65% e Hepatite A: 64,60%