Corretor de imóveis será julgado nesta segunda por homicídio ocorrido a dois anos em Palmas

O corretor de imóveis Jailson Pacífico de Oliveira, de 41 anos, será julgado nesta segunda-feira (16/6), em Palmas, acusado de assassinar o empresário Antônio da Luz Arraes Filho, de 52 anos, durante uma briga por dívida em um posto de combustíveis da quadra 204 Sul (ARSE 21), região central da capital. O caso aconteceu na tarde de 13 de outubro de 2023 e será analisado pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Palmas, dentro da programação do primeiro semestre de julgamentos populares.

O crime

Segundo informações do processo e da Polícia Militar (PM), o desentendimento entre os dois teria começado por conta de uma dívida de R$ 10 mil que o acusado devia à vítima. Os dois haviam marcado um encontro na conveniência do Posto Primavera, local onde iniciaram uma discussão. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que eles conversam dentro da loja e, logo depois, saem do local em meio a uma briga.

Testemunhas relataram à polícia que Antônio teria chegado ao local alterado, fazendo ameaças e exigindo o pagamento imediato. Uma das pessoas que presenciou a cena relatou que o empresário afirmou: “só sairia do estabelecimento se fosse pago ou sairia de lá morto”.

Ainda conforme os relatos, ao tentar deixar o local, o acusado foi impedido pela vítima, que chegou a se posicionar na frente do carro e impedir a saída do corretor. Nesse momento, Jailson teria pegado uma faca que estava em seu veículo e desferido três golpes contra Antônio. Uma testemunha descreveu a cena afirmando: “O que foi esfaqueado não deixou o cara ir embora, tomou a frente do carro, a porta e aí ele pegou e tentou agredir o outro e o outro arrancou a faca, passou a mão no pescoço dele e esfaqueou ele várias vezes”.

Câmera de segurança registrou momento em que os dois homens iniciaram a discussão – Foto: Reprodução

Tentativa de fuga e prisão

Após o crime, o acusado fugiu em direção ao estado de Goiás. Ele foi localizado no dia seguinte, por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em um posto de combustíveis na BR-153, próximo ao município de Campinorte. A prisão foi realizada com base nas informações repassadas pela polícia tocantinense, que incluíam descrição do veículo e das roupas usadas por Jailson no dia do crime.

Julgamento

Jailson Pacífico segue preso na Unidade Prisional de Palmas desde então. Em setembro de 2024, o juiz Cledson José Dias Nunes determinou que ele fosse levado a julgamento popular, mantendo a prisão preventiva. No júri, os jurados irão analisar a acusação de homicídio qualificado, com duas circunstâncias agravantes: motivo torpe (a cobrança da dívida) e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima (o ataque de surpresa).

Outras informações do processo

Durante as investigações, áudios enviados pela vítima a um amigo, dias antes do crime, foram revelados. Nos registros, Antônio demonstrava preocupação com a postura de Jailson e pedia ajuda para obter informações sobre possíveis antecedentes criminais do devedor: “É difícil puxar a ficha de um cabra bem aí? É porque ele tá me devendo, bicho, eu cobrando ele aqui, ele tá me intimidando aqui, dizendo que tem passagem na polícia, que pegou 12 anos e tal. É só pra mim vê se se ele é esse bravão mesmo”, dizia uma das mensagens.

O caso ganhou repercussão em Palmas por ter ocorrido em plena luz do dia, em um local público e com a presença de várias testemunhas.