Com 17 óbitos em 2024, Tocantins reforça alerta no Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna

Neste 28 de maio, quando se celebra o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) faz um alerta importante: 17 mulheres perderam a vida em 2024 durante o ciclo gravídico-puerperal, período que abrange desde a gestação até o pós-parto. Em 2025, até o momento são cinco casos confirmados. Os dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e acendem um sinal sobre reforçar políticas públicas de cuidado à saúde da mulher.

Para enfrentar esse cenário e reduzir os índices de mortalidade materna, a SES-TO tem intensificado ações como seminários, capacitações, ampliação de serviços, contratações de profissionais e valorização das equipes de saúde, com o objetivo de garantir assistência de qualidade às gestantes em todo o estado.

Atualmente, o Tocantins conta com 18 maternidades vinculadas ao SUS, sendo 14 sob gestão estadual, três municipais e uma filantrópica. Duas delas oferecem atendimento de alta complexidade, localizadas em Palmas e Araguaína. A rede estadual dispõe de 125 ginecologistas e obstetras, e novos chamamentos seguem abertos para ampliar o atendimento especializado.

Uma das medidas adotadas em 2024 foi a criação da Indenização por Procedimentos Obstétricos (IPO), voltada para profissionais que atuam na assistência obstétrica, com o intuito de incentivar a qualidade do atendimento nas maternidades estaduais.

A diretora de Atenção Primária da SES-TO, Cleidimar Rodrigues Soares de Abreu, destacou os esforços da gestão: “Temos trabalhado para garantir acesso ao pré-natal de qualidade, com capacitação das equipes e atuação em rede, assegurando o cuidado integral à gestante desde a atenção básica até os serviços de urgência”.

Segundo a enfermeira Raquel Marques, presidente do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil (CEPOMFI-TO), “muitas dessas mortes são evitáveis, o que torna o tema ainda mais sensível e relevante. Falhas no acesso aos serviços de saúde no início da gestação, diagnóstico tardio e ausência de acompanhamento adequado contribuem significativamente para esses desfechos”.

Baixa adesão nas consultas pré-natal

Além disso, apenas 1.096 gestantes, das cerca de 25.459 estimadas em 2024, realizaram as seis consultas de pré-natal recomendadas pelo Ministério da Saúde. A baixa adesão ao pré-natal adequado colabora para o aumento das complicações, como síndromes hipertensivas, hemorragias e infecções puerperais, que estão entre as principais causas dos óbitos registrados.

Em alusão ao Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna, a SES-TO promoveu, no dia 14 de maio, um seminário voltado a 400 Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Além disso, a Pasta realiza mensalmente o curso “Juntos pela Vida”, voltado à capacitação de profissionais do SUS para atuarem na vigilância e prevenção do óbito materno. A ação é coordenada pela Escola Tocantinense do SUS (ETSUS) e está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente os ODS 3 (saúde e bem-estar) e 5 (igualdade de gênero).

Informações: Alysson-Neya Chaves / Governo do Tocantins