Servidores afirmam que vêm sendo coagidos desde o primeiro turno a votar nos candidatos da prefeita sob a ameaça de perderem os cargos.
Após as demissões de funcionários de empresas terceirizadas, contratadas pela prefeitura de Palmas, e que eram apadrinhados pelo vereador Eudes Assis, que anunciou apoio à campanha de Janad Valcari, gerou medo e apreensão nas repartições públicas.
É o que garantem vários servidores comissionados que falaram com a nossa reportagem sob a exigência de anonimato. A servidora da secretaria municipal da Saúde C., que prefere não se identificar, explicou como funciona o esquema de amedrontamento e coação por parte dos gestores municipais.
“Sempre fomos convocados para as reuniões políticas em apoio ao candidato da prefeita Júnior Geo. E o modo de coação era sempre o mesmo, diziam que tínhamos que nos mobilizar e votar nele porque o que estava em jogo eram os nossos empregos, afirmando que apenas ele tinha compromisso em nos manter nos cargos, mas de forma velada soava como uma ameaça. Tem que ir nas reuniões para manter os empregos. Com as exonerações dos indicados pelo vereador Eudson Assis a gente teve a certeza de que ela está disposta a cumprir as ameaças”, afirma C. que disse ter votado no candidato da prefeita no primeiro turno.
Já o servidor do Quadro Geral, P., afirmou que o chamamento era mais direto no caso dele. “Ou a gente ia, ou seríamos exonerados. Ou estávamos com a prefeita ou estávamos contra. E isso ficava muito claro em todas as reuniões. Me revoltava muito, mas tenho duas filhas para criar e por isso nunca denunciei.
Mas agora a prefeita que que a gente vote no Eduardo Siqueira, com a mesma conversa, de que se ele não for eleito vamos perder nossos empregos. Me cansei dessa chantagem. Não sou boiada. Não vou dar voto de cabresto. Basta o que aconteceu no primeiro turno”, afirma o servidor revoltado.
Outra servidora municipal, auxiliar de serviços gerais narra a mesma versão de ameaças e coações por parte de seus superiores.
“Desde que começou essa eleição virou um clima de terror. Se a gente não votar nos candidatos da prefeita, inclusive nos vereadores seríamos exonerados. Fui em duas reuniões políticas realizadas por candidatos a vereador da prefeita e sempre tinha alguém observando quais servidores estavam presentes. Quem não ia tinha que se justificar. A gente fingia normalidade, mas na verdade todo mundo morria de medo, porque ninguém está ali, porque gosta, mas porque precisa, né? Espero que seja quem for o próximo prefeito não nos mande embora porque todo mundo tem família para dar de comer”, conta M.