O Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) está atuando, desde a última quinta-feira, 9, com uma equipe de mergulhadores na Operação Rio Grande do Sul, que leva apoio e esperança a milhares de gaúchos que sofrem com as inundações e outras consequências causadas pelas fortes chuvas. A participação da corporação se deve à determinação do governador Wanderlei Barbosa, destinando, inicialmente, uma equipe de 11 militares com três viaturas e dois jet skis.
Em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, os mergulhadores tocantinenses se juntaram aos bombeiros militares do Rio de Janeiro para resgatar vítimas em áreas alagadas. Um dos grandes problemas constatados em meio ao caos é que muitos não querem deixar as residências, mesmo que o nível das águas esteja ameaçando a vida de quem insiste em ficar. “Passamos por muitos endereços, conversamos com as pessoas, mas elas querem ficar lá, por não quererem deixar algum animal sozinho, ou mesmo por medo de os pertences serem roubados ou ainda, por não terem para onde ir”, contou o cabo Samuel Pacheco, da Companhia Independente de Busca e Salvamento (Cibs/CBMTO).
As autoridades do Rio Grande do Sul criaram uma série de abrigos para acolher quem está nas áreas de risco ou perderam suas casas. Contudo, a decisão de ir para esses pontos depende de uma boa conversa entre bombeiros militares e vítimas. “Ocorreu muito de chegarmos a um local oferecendo ajuda e a pessoa não querer sair, mas geralmente eles ligam para o Corpo de Bombeiros chamando por socorro, porque estavam passando mal, e algumas tiveram que ser retiradas a contragosto”, explicou Pacheco.
Um dos exemplos relatados pelo cabo envolveu um idoso, que não pôde permanecer em sua residência por apresentar problema de saúde. “Numa outra situação, outro idoso se recusou a sair, mas começou a chover, a água começou a subir e ele teve que mudar de ideia. Essas pessoas ligam horas depois para o Corpo de Bombeiros, dão o endereço e a gente se desloca para resgatá-la”, frisou o bombeiro tocantinense.
Em meio a essa tragédia, não só as pessoas precisam de socorro: cães, gatos, cavalos, passarinhos, e outros animais, acabam precisando de regaste. “Geralmente, com o alagamento das casas, cachorros e gatos, estão indo para o telhado, e a gente chega para tentar resgatá-los”, contou Pacheco.
Somente nessa sexta-feira, 10, em Canoas, os bombeiros militares tocantinenses em trabalho conjunto utilizando as quatro embarcações do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, conseguiram resgatar mais de 30 animais.
Também do CBMTO, há o trabalho desenvolvido por outros dois bombeiros militares na parte de defesa civil. A ação deles é na Base Aérea de Canoas, dando fluxo nas doações que chegam e que precisam ser destinadas para vários municípios onde estão as vítimas. A Base Aérea é a sede do Comando da Operação em apoio ao Rio Grande do Sul.
Enquanto isso, em Porto Alegre, na capital gaúcha, está a tenente-coronel Dione Miranda, que é psicóloga da corporação tocantinense. O trabalho dela com os demais profissionais é voltado ao acolhimento das vítimas, que necessitam de apoio emocional e psicológico.