Grupo passou 75 dias combatendo incêndios florestais no Mato Grosso do Sul e retorna com relatos de experiência e contribuição para o meio ambiente.
Após 75 dias apoiando o estado do Mato Grosso do Sul no combate aos focos de incêndios florestais, a equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins foi recebida na manhã desta segunda-feira, 28, pelo Comando da corporação. O reencontro ocorreu no Gabinete do coronel Peterson Queiroz de Ornelas, comandante-geral, onde também estavam a coronel Andreya de Fátima Bueno, Chefe do Estado-Maior do CBMTO, o coronel Cléber José Borges Sobrinho, Subchem, e o tenente-coronel Nilton Rodrigues, Assessor de Comunicação do CBMTO. Os bombeiros militares atuaram diretamente no Pantanal Sul-Mato-Grossense, e ao retornarem a Palmas, relataram as novas experiências vivenciadas na contribuição ao icônico Parque Nacional.
Ao se dirigir à equipe, o comandante Ornelas expressou sua sincera gratidão a cada bombeiro pelo esforço, dedicação e resiliência demonstrados ao longo da missão, denominada pela Força Nacional de Segurança Pública como Operação Pantanal – Queimadas II. No total, sete bombeiros militares tocantinenses estiveram envolvidos.
“O Pantanal enfrentava uma situação crítica, assim como o Amazonas e o Pará”, destacou o coronel Ornelas. “Com a autorização do governador Wanderlei Barbosa, mobilizamos nossos bombeiros militares para atuar no Pantanal e no Amazonas, contribuindo para o combate aos incêndios florestais. Essas experiências adquiridas pelo trabalho em equipe, com vários bombeiros de outros estados, serão valiosas para aprimorar nossas ações aqui no estado”, acrescentou.
Para o comandante-geral, o apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins a outros estados é de extrema importância e reflete a essência da corporação. “É fundamental mantermos essa colaboração com os demais Corpos de Bombeiros Militares, ajudando nossas instituições irmãs. Tenho plena confiança de que, se precisarmos, elas também estarão prontos para nos apoiar”, afirmou o coronel Ornelas.
As mudanças climáticas e as ações humanas levaram o Parque Nacional do Pantanal, em Mato Grosso do Sul, a enfrentar uma das mais severas queimadas em 2024. A região contou com 89 bombeiros militares, todos ligados à Força Nacional de Segurança Pública. Os tocantinenses estavam na base montada em Corumbá, cidade na fronteira com a Bolívia, onde se localizam 60% do Pantanal Sul-Mato-Grossense.
“A vegetação é bem diferente do nosso bioma, com muitos espinhos. Como lá fica um longo período alagado, quando seca, a vegetação se torna mais fechada. A região do Pantanal é muito extensa e o deslocamento muitas vezes é demorado, ora com aeronave ou embarcação, mas na maioria das vezes apenas com camionete 4×4”, relatou o sargento Rogério Vilela Vasconcelos, que pela primeira vez saiu do Tocantins para uma missão.
“A experiência de combater em outro bioma é sempre válida, também pelo dia a dia em outra unidade e pelo conhecimento da realidade de vários corpos de bombeiros, a maneira como combatem, o uso de novas técnicas e equipamentos diferentes de acordo com o tipo de vegetação da região”, acrescentou o sargento Vilela. “Foi minha primeira atuação em combate a incêndios florestais em outro estado e a experiência foi extraordinária, nos deixando mais preparados para atuar em qualquer cenário de incêndio florestal que possa ocorrer no Tocantins”, contou o sargento.
As primeiras chuvas na região de Corumbá caíram há cerca de 20 dias. Desde então, o clima seco levou as equipes a enfrentar inúmeros focos de queimadas ao longo dos 75 dias de atuação. A Força Nacional instalou 13 bases operativas no Parque Estadual do Pantanal, das quais cinco estão em Corumbá.
“Nós atuamos em cinco municípios. Houve incêndios que duraram vários dias. A média foi de cinco a sete dias combatendo. Trabalhamos durante o dia e a noite. Utilizamos muitas aeronaves, drones e maquinário pesado das fazendas”, relatou o tenente Antônio Marcos de Sousa, que atuou ao lado dos cabos Alan Douglas Vila de Morais e Leandro Queiroz Ribeiro, além dos soldados Paulo Eduardo Aires Ribeiro e Cléber Jorge Coelho.