O julgamento do policial militar reformado Edson Vieira Fernandes, acusado de homicídio triplamente qualificado, foi adiado nesta sexta-feira (16) no Fórum da Comarca de Gurupi, após o réu não comparecer ao Tribunal do Júri. A defesa alegou que ele não teria condições físicas e emocionais para participar da sessão.
A ausência do réu gerou tensão no plenário. Advogados e Promotores que acompanhavam o júri se desentenderam durante o início da audiência, resultando em bate-boca e troca de acusações. O episódio provocou a suspensão temporária dos trabalhos até que a situação fosse controlada.
Edson é acusado de matar Luciana Menezes Barbosa, crime ocorrido em janeiro de 2018 no setor Vila São José, em Gurupi. Segundo o Ministério Público do Tocantins (MPTO), ele teria disparado diversas vezes contra a vítima, em coautoria com outro envolvido, com a intenção de eliminar pessoas que considerava “indesejáveis” na comunidade.
O MP sustenta que o crime foi cometido por motivo torpe, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e gerou risco para outras pessoas.
Com a ausência do réu, o julgamento foi remarcado para uma nova data, ainda a ser definida pela Justiça.
Histórico de condenações e suspeita de grupo de extermínio
O nome de Edson Vieira Fernandes já apareceu em outros casos de homicídio. Em abril de 2024, ele foi condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato da travesti Daniela Cicarelli, morta a tiros em julho de 2018, também em Gurupi. Na mesma noite, outras duas pessoas foram executadas em diferentes pontos da cidade, em crimes atribuídos ao mesmo modo de operação.
As investigações indicam a atuação de um grupo de extermínio, no qual Edson teria participação ativa. Além dessas acusações, ele responde a outros processos por crimes semelhantes.